15 de jun. de 2010

O envelhecimento como doença

O alerta sobre Sefoia, uma "enfermidade" já diagnosticada e com sintomas definidos, mas ainda sem aceitação da classe médica, anda circulando na web. O texto diz que "milhões de pessoas em todo mundo padecem deste mal e esperam a aprovação da Organização Mundial de Saúde para que se estude e se encontre a cura para esta mortal enfermidade que, cada dia, é adquirida por milhares de pessoas".  Alguns sintomas definem o aparecimento desta nova patologia:
  1. Café que provoca insônia;
  2. Cerveja leva direto ao banheiro;
  3. Se tudo parece muito caro;
  4. Se qualquer coisa altera a pessoa;
  5. Se todo pequeno excesso alimentar provoca aumento de peso;
  6. Se a feijoada "cai" como chumbo no estômago;
  7. Se o sal sobe a pressão arterial;
  8. Se em uma festa a escolha da mesa é a mais distante possível da música e das pessoas;
  9. Se o amarrar os sapatos produz dor nos quadris;
  10. Se a TV provoca sono.
Faça os cálculos e veja então se a Sefoia já o atingiu. Ou seja, Se-foi-a-juventude! Por trás da brincadeira e do texto jocoso, é disseminada a ideia do envelhecimento como uma patologia, mortal enfermidade, doença e/ou mal incurável. O uso das palavras não é gratuito e expressa também o sentimento de impotência diante das mudanças naturais da vida, que contempla o envelhecimento como uma de suas fases. Como os "sintomas" descritos não são exclusivos e podem, ou não, ser diagnosticados em pessoas com mais ou menos de 60, a piada embute pré-conceitos sobre a velhice e o envelhecimento. Pois, e afinal, limitações ocorrem em qualquer fase da vida.


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